Gordinhas de Gravata

Quinta-feira (25/08), às 19h00 no Instituto NT, acontecerá a Vernissage que dará início à exposição Gordinhas de Gravata, de Idel Menda. A exposição fica das 11h00 às 22h00 diariamente até 11 de setembro.

Palavras do autor:

"Meu fascínio pelas gravatas vem desde a infância quando, ao visitar a fábrica de gravatas de meu avô, ficava olhando uma prateleira com caixas cheias delas. Tinha sempre uma do lado de fora para a identificação da mesma. Como gostava de desenhar, logo ganhava lápis e papel para ficar quieto e não incomodar o trabalho de meu avô.

As imagens, de alguma maneira, ficaram na minha cabeça pelo colorido e pela mensagem que elas queriam me passar. Aqueles objetos coloridos, com o decorrer do tempo, começaram a me intrigar pela sua existência prolongada no cotidiano dos homens (e mulheres também), pela sua importância levando em conta que, aparentemente, não tinham a mínima utilidade. Uma das teorias é que elas serviriam para tapar os botões da camisa, mas outros objetos com utilidade semelhante (polaina, por ex.) deixaram de ser usados. Somente a gravata, que vem desde o século 17 com os croatas que a utilizaram em seus uniformes nas batalhas, invadiram a era tecnológica em que vivemos. Hoje em dia 800 milhões de pessoas utilizam as gravatas no seu dia a dia que, desde a década de 50, se mantêm com o mesmo estilo e desenho.

É, sem dúvida, um objeto universal que me fascina e, por isso, utilizo como tema de meus quadros, talvez para prestar uma homenagem ou pelo simples mistério que elas transpiram. Acredito que as gravatas são uma evidencia da acomodação do homem em relação à aparência, pois as mulheres, pelo menos nos últimos 50 anos, já modificaram seu jeito de se vestir muitas vezes. Vou continuar pintando gravatas enquanto elas existirem, isto é, por mais 500 anos."